Um dos desafios para a sustentabilidade da cadeia produtiva da pecuária é certificar que o gado não tenha sido criado em áreas com desmatamento, áreas protegidas ou com riscos sociais. A Agroicone desenvolveu em 2020 mapas de riscos socioambientais associados à pecuária para a Marfrig.
Esse estudo permitiu conhecer as características socioeconômicas e ambientais dos municípios com produção pecuária, e foi parte de um plano de ação para produção livre de desmatamento até 2030, nos biomas Amazônia e Cerrado. Parte dessas ações integram o Plano Marfrig Verde+, para o qual empresa obteve financiamento do fundo holandês &Green.
O estudo da Agroicone avaliou riscos relacionados a fornecedores diretos (que vendem o animal terminado ao frigorífico) e indiretos (produtores que trabalham nas atividades de cria e/ou recria), nos biomas Amazônia, Cerrado, Pampa e Pantanal, e baseou-se em dados oficiais e públicos. “Com os resultados, a empresa consegue identificar regiões com maior risco de desmatamento, indicadores sociais que possuem maior relação com a bovinocultura de corte e quais as regiões onde há produção pecuária sem desmatamento e/ou riscos sociais. Esse conhecimento permitiu priorizar os municípios onde é preciso agir para assegurar a produção sustentável do gado”, afirma Leila.
As estratégias anunciadas pela Marfrig para alcançar a meta de produção sem desmatamento, nos dois biomas brasileiros até o fim da próxima década, são inclusivas em relação aos fornecedores. A empresa pretende melhorar sua cadeia produtiva com apoio aos pecuaristas para que realizem a regularização ambiental, social e fundiária em suas propriedades.
Na avaliação da Agroicone, o apoio aos produtores rurais para a adequação à legislação é fundamental para o avanço do setor, para evitar efeitos indesejáveis ao excluir produtores da cadeia formal da carne bovina, especialmente o pequeno produtor. “Em outra frente, a Agroicone trabalha para aperfeiçoar políticas públicas que apoiam o produtor rural de forma que possa melhorar e fomentar a adoção de tecnologias e boas práticas”, observa Leila.
O plano estratégico da Marfrig foi destaque no Valor Econômico. Leia a reportagem.