Laura Antoniazzi, sócia e pesquisadora sênior da Agroicone, e colíder da Força-Tarefa Restauração da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura participou do lançamento da segunda versão do Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR). O evento, dedicado ao avanço das iniciativas de restauração no Brasil, apresentou as novas funcionalidades e atualizações do ORR, criado em 2021.
O ORR é uma plataforma centralizada que monitora e divulga o progresso das iniciativas de restauração e reflorestamento em diferentes biomas brasileiros. A plataforma compila dados de várias fontes, como empresas, academia, governos e sociedade civil, além de reconhecer o trabalho crucial realizado por produtores rurais, comunidades indígenas e tradicionais.
Durante o evento, destacou-se a importância de integrar diferentes plataformas de monitoramento ao ORR, ampliando a transparência e a eficiência das ações de restauração. Essa nova versão do Observatório visa não apenas fortalecer a rede de colaboração entre biomas, mas também incentivar e capacitar os movimentos da sociedade civil.
O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável, conservação e restauração dos ecossistemas brasileiros, destacando a importância de uma governança de dados eficiente para o sucesso das iniciativas de reflorestamento.
Cenário Brasil
Com a Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa – PROVEG, o governo brasileiro pretende recuperar 12 milhões de hectares até 2030. No entanto, até o momento existem apenas 150 mil hectares em restauro, o equivalente a 1000 parques do Ibirapuera em florestas por todo o país.
A região Sudeste concentra as principais áreas de restauração. Fato que pode ser explicado por sua maior concentração de recursos financeiros, desenvolvimento de tecnologias, universidades com estudos na área e esforços ambientais. Além de fazer parte do bioma Mata Atlântica, identificado como o bioma com maior índice de desmatamento do Brasil.
São Paulo possui 37 mil hectares em processo de restauração ecológica. Seguido dos estados de Minas Gerais (30,4 mil ha) e Espírito Santo (27,7 mil ha), segundo dados do ORR. Rio Grande do Norte, Roraima e Ceará são os estados com menores taxas de restauração, somando apenas 2 mil hectares.
Segundo os especialistas do Observatório, quando uma área apresenta elevados índices de desmatamento, os esforços de recuperação tendem a ser intensificados. Um exemplo é a cidade líder em restauração no país, São Félix do Xingu (PA) que é uma grande produtora de soja e ao mesmo tempo destaque na recuperação de área. A cidade de Mariana (MG), atingida pelo rompimento das barragens, é outro exemplo.