O novo Plano Clima Mitigação, atualmente em consulta pública até o dia 18 de agosto, define os caminhos que o Brasil pretende seguir para cumprir suas metas climáticas até 2035. Uma das propostas mais controversas do documento é a reclassificação das emissões por desmatamento para dentro do setor agropecuário, o que pode fazer com que a agropecuária passe a representar até 70% das emissões nacionais de gases de efeito estufa.
Esse cenário preocupa especialistas e representantes do setor, pois, além de não refletir com precisão a realidade das emissões, pode comprometer a imagem internacional do agro brasileiro, especialmente diante da realização da COP30 no Brasil, em 2025.
No episódio mais recente do podcast Ouça o Agro – Gestão e Mercado, Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone, traz uma análise detalhada sobre os impactos da proposta. Em entrevista com Amanda Rosa, assessora técnica da CNA, ele destaca que a metodologia utilizada pelo governo não é oficial nem transparente, o que levanta questionamentos sobre a base técnica das decisões.
“O governo está propondo separar o desmatamento da agricultura e associar as emissões ao setor agropecuário. Pode até parecer lógico, mas precisamos de dados oficiais e transparentes. E hoje, isso não existe”, afirma Rodrigo.
Além disso, o episódio discute os riscos para o financiamento da agropecuária de baixo carbono, a exclusão de contribuições positivas como o uso de biocombustíveis e recuperação florestal, e a urgência de políticas públicas sólidas e bem fundamentadas.
Rodrigo reforça que produtores rurais, federações e entidades do setor devem participar ativamente da consulta pública, disponível no portal Participa + Brasil, para garantir que as decisões climáticas não comprometam os avanços do agro brasileiro.
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