Artigo Broadcast+: COPs em tempos de multilateralismo fragmentado

Em um artigo para o Broadcast da Agência Estado, Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone, discute as decisões chave da COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, e a crescente necessidade de reformular a arquitetura das negociações climáticas. Durante a conferência, foi aprovada uma meta de financiamento climático de 300 bilhões de dólares por ano, um aumento considerável em relação aos 100 bilhões anteriores. No entanto, essa quantia ainda é vista como insuficiente para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, com uma proposta de 1,3 trilhões de dólares surgindo como uma alternativa no longo prazo. Contudo, essa meta depende de intensos debates e novas fontes de recursos.

“Esperar que os países desenvolvidos doarão os US$ 300 bilhões por ano é menosprezar a realidade geopolítica e as mudanças que ocorreram no mundo desde 1992, quando a UNFCCC foi acordada. É válido dizer que a demanda por financiamento vindo de países desenvolvidos continuará a ser um argumento negociador relevante, uma questão de ordem”, afirmou Rodrigo Lima.

A COP29 também revelou a crise de governança nas negociações climáticas, com dezenas de grupos e uma sobrecarga de decisões, o que gera ineficiência e dificulta o avanço nas ações climáticas globais. A arquitetura das COPs precisa ser reformulada para tornar as discussões mais ágeis e eficazes, priorizando soluções práticas para os diferentes contextos dos países.

O artigo também destaca o papel do Brasil, que sediará a COP30 em Belém, no ano de 2025, com foco na Amazônia. A conferência será uma oportunidade única para avançar em temas como transição energética justa, financiamento para tecnologias sustentáveis e desenvolvimento local alinhado com ações climáticas.

Embora a nova meta de financiamento e os debates sobre a transição justa sejam passos importantes, a mudança real dependerá do compromisso renovado dos países desenvolvidos em apoiar os mais vulneráveis, além da criação de mecanismos mais eficazes de governança. As próximas COPs não podem seguir como simples plataformas de debate, tornando-se espaços para implementar soluções concretas e construir um futuro mais sustentável e justo para todos.

🔗 Confira o artigo na íntegra.

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