Em entrevista ao AgFeed, Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone, comentou sobre a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, promovida pelo presidente Donald Trump, e o cenário de oportunidades e riscos que a situação pode trazer para o agro brasileiro.
O executivo explica que, em um primeiro momento, o Brasil pode se beneficiar de um aumento na demanda de exportação de soja e algodão para a China, devido à taxação sobre os produtos norte-americanos. “Momentaneamente, a China pode buscar aqui uma alternativa para suprir a oferta norte-americana mais cara”, disse Lima.
No entanto, o impacto poderá ser negativo para os setores de etanol e florestas. Ele alerta que a primeira rachadura no pilar comercial entre Brasil e EUA pode vir do biocombustível, caso o país opte por aplicar o princípio da reciprocidade, elevando a tarifa do etanol brasileiro. Além disso, destaca a preocupação com a abertura da investigação sobre a importação de madeira e seus subprodutos, o que poderia impactar negativamente as exportações brasileiras de eucalipto e pinus, por exemplo.
Na conversa, Rodrigo também destacou a aprovação das metas anuais de financiamento à biodiversidade na COP 16.2, realizada em Roma na semana passada. Segundo ele, a aprovação das metas é importante no momento conturbado em relação ao meio ambiente, com a regressão e as ações contrárias dos Estados Unidos nas negociações globais. Lima ainda sinalizou que, nesse cenário, os bancos de fomento serão os principais agentes econômicos para suporte.
