A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura destaca avanços importantes no Plano Safra 2025/26, com foco na sustentabilidade e na adaptação climática. Segundo Leila Harfuch, colíder da Força-Tarefa de Finanças Verdes da Coalizão e sócia-gerente da Agroicone, um dos pontos mais relevantes é o cumprimento das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para todas as operações de custeio agrícola, quando disponível — medida que fortalece a gestão de risco climático das operações de crédito rural.
O plano também manteve juros reduzidos (3% ao ano) em linhas voltadas à agricultura familiar, incluindo o Pronaf Semiárido, Agroecologia, Bioeconomia e Florestas. O apoio à irrigação como medida de adaptação climática também foi reforçado, considerando o impacto das secas nas perdas do Proagro.
Na agricultura empresarial, o programa RenovAgro recebeu aumento de recursos, com destaque para R$ 2,1 bilhões destinados à recuperação de pastagens degradadas. No entanto, Leila alerta que os juros mais altos podem comprometer a viabilidade de projetos sustentáveis na pecuária, setor que ainda apresenta baixa adesão ao crédito verde. Ela defende o redesenho das políticas de crédito, com foco na recuperação de solos como ativo central do produtor rural.