A Globo Rural e o Valor Econômico destacaram um estudo da IEA Bioenergy, organização vinculada à Agência Internacional de Energia, coordenado pela Agroicone. O estudo analisa um dos principais critérios de elegibilidade do programa RenovaBio, que trata da conversão de vegetação nativa para a produção rural. A pesquisa conclui que o programa tem o potencial de reduzir as emissões de GEE, notadamente quanto às mudanças no uso da terra ligadas à produção de biocombustíveis.
O estudo comparou cenários com e sem a aplicação desse critério do RenovaBio, que estabelece que apenas biocombustíveis provenientes de matérias-primas de áreas não convertidas de vegetação nativa após 2018 sejam elegíveis. Ou seja, o programa exclui biocombustíveis produzidos a partir de terras desmatadas para a agricultura ou pecuária após esse período.
Conduzido por Marcelo Moreira e Sofia Arantes, o estudo apontou que essa medida do RenovaBio pode evitar até 428 milhões de toneladas de carbono, o que corresponde às emissões anuais de toda a região Sudeste.
“Fizemos um cenário de aumento de produção de bioenergia, tanto com a aplicação do critério do RenovaBio, que regula a conversão de vegetação nativa, quanto sem ele. A comparação gerou o volume de redução de emissões”, explicou Moreira.
Já Sofia Arantes destacou que uma das metas do estudo era conduzir uma análise quantitativa sobre a efetividade do programa.
A pesquisa, revisada por especialistas do IEA Bioenergy, Fapesp, FGV e MIT, foi apresentada ao Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, reforçando a solidez e eficácia do RenovaBio.