Mudança do clima demandará adaptação e resiliência da agropecuária

A atividade agropecuária é responsável por 33,20% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) brasileiras no ano de 2016. É também uma atividade que tem ligação direta com as condições do clima e que tem sofrido com os recentes impactos da alta recorrência dos eventos como secas, fortes chuvas ou geadas. Os prejuízos atingem os produtores rurais, a economia do país e elevam os riscos de segurança alimentar.

O caminho para alcançar resiliência produtiva passa pela ampla adoção de tecnologias agropecuárias de baixa emissão de carbono, como é o caso de sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta, recuperação de pastagens, recuperação de vegetação nativa e outras tecnologias e práticas já em uso no Brasil.

Impactos e efeitos das mudanças climáticas na agrropecuária foram o tema de palestra da sócia-gerente da Agroicone, Leila Harfuch, no webinar “Agricultura do novo século: inovações e oportunidades com baixo carbono”, que integra a Série de Diálogos Recuperação Verde – Caminhos Sustentáveis para os Estados.

A série de diálogos é realizada pelo Programa de Parcerias Estratégicas para a Implementação do Acordo de Paris (SPIPA, na sigla em inglês para Strategic Partnerships for the Implementation of the Paris Agreement), em parceria com a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA), e com os estados do Espírito Santo, Pernambuco e São Paulo. Tem como objetivo promover um debate em torno do protagonismo dos estados brasileiros na direção de uma recuperação econômica verde pós-pandemia em suas diversas nuances, como a redução de emissão de gases do efeito estufa, a transição energética e a descarbonização da economia.

Leila participou do 5º Diálogo ao lado de Pasquale di Rubbo, diretor de políticas da Comissão Europeia para Agricultura e Desenvolvimento Rural; Muni Lourenço Silva Júnior, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (FAEA) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e Pedro Leitão, diretor do projeto Caatinga.

Na avaliação de Leila Harfuch, o ABC+ é o grande direcionador das ações para o setor agropecuário reduzir emissões e se adaptar às mudanças do clima. Entre oportunidades para ampliar sua abrangência nos próximos anos, ela destaca que existem no Brasil muitas outras práticas e tecnologias de adaptação a mudanças do clima na agropecuária que ainda não foram incorporadas porque ainda não há indicadores de como elas estão contribuindo para reduzir as emissões GEE. “São desafios ainda do ABC+ incorporar metas para a agricultura familiar, com suas especificidades produtivas e regionais dentro da economia de baixa emissão de carbono. Falta também estabelecer metas para adequação ambiental das propriedades rurais de acordo com o Código Florestal”, destacou Leila.

O programa SPIPA está sendo implementado no Brasil em estreita colaboração com a Comissão Europeia e o Serviço Europeu de Ação Externa, com financiamento do Instrumento de Parceria da União Europeia e do Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU).

Assista o vídeo do webinar.

 

Confira as apresentações:

Leila Harfuch: Agricultura e Mudanças Climáticas: impactos e efeitos

Pasquale di Rubbo: The farm to fork strategy: moving towards sustainable food systems

Muni Lourenço Silva Júnior: Iniciativas de descarbonização: o futuro da agricultura brasileira

Pedro Leitão: Projeto Rural Sustentável Caatinga

 

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