12 milhões de hectares em 12 casos reais – Modelos econômicos para fomentar a restauração ecológica no Brasil

Estudo aponta planos de investimento e modelos de negócio para a recuperação florestal

A partir da análise de 12 casos concretos, nos 3 maiores biomas brasileiros, a pesquisa identificou os requisitos necessários para a criação de um programa de financiamento

São Paulo, 16 de março de 2018 – A Agroicone, empresa que tem como motivação a produção de pesquisas e estudos em prol de uma agricultura sustentável, apresenta, em parceria com o banco KfW e o Ministério Federal Alemão de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ), o estudo “12 milhões de hectares em 12 casos reais”, que tem como principal objetivo guiar os interessados em financiar atividades de recuperação da vegetação nativa e adequação ambiental no Brasil.

A pesquisa, que reúne diferentes mapas, estudos, análises da distribuição de crédito e das legislações estaduais, tem como diferencial a imersão em 12 casos concretos de produtores rurais, localizados nos 3 maiores biomas brasileiros – Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Com base nesse contexto, foi possível identificar os principais obstáculos e incentivos por meio da ótica microeconômica do produtor rural. A pesquisa levou em consideração os investimentos necessários para promover a regularização ambiental – exigida pelo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) – com e sem financiamento, tomando por base as linhas de crédito já existentes.

“Verificamos que havia oferta de crédito, mas a demanda ainda era tímida devido, sobretudo, às incertezas jurídicas e à necessidade de maior conhecimento sobre recuperação florestal e seus benefícios, não apenas ambientais, mas também econômicos”, afirma Marcelo Moreira, sócio da Agroicone responsável pelo projeto.

Frente a essa problemática, o estudo investigou os gargalos, as motivações dos produtores para a tomada de financiamento e, principalmente, quais modelos de negócio poderiam beneficiá-los.

Notou-se que os gargalos circundavam a necessidade de julgamento do Código Florestal – já realizado em fevereiro deste ano – e, consequentemente, o estabelecimento de legislações estaduais (Programas de Regularização Ambiental – PRA) claras, assim como definições de compensação ambiental. As motivações são diversas, mas perpassam por questões regulatórias, pela geração de renda, facilidade de compreensão da regulamentação e por condições especiais de crédito. Já os modelos de negócio podem ser variados, tendo destaque para a solução do passivo com recursos próprios, a sinergia no campo – com planejamento conjunto de atividades de recuperação com a principal –, e a possibilidade de implementação de modelos de revegetação com aproveitamento econômico e de regularização em outras propriedades, no caso da compensação de Reserva Legal.

“Conseguimos traçar um cenário que pode servir como base para a elaboração de um programa de financiamento mais afinado com a realidade. O contexto trazido pelo estudo permite a criação de uma linha que atenda as motivações dos demandantes: os produtores rurais que precisam se regularizar”, ressalta Karim ould Chih, gerente de projetos principal do KfW.

Voltando-se ao produtor rural, que tem um importantíssimo papel na conservação ambiental, o principal ponto que deve ser levado em consideração é o benefício da recuperação com geração de renda – dentro das especificações do órgão regulador. “Ao ser apresentado à essa alternativa, ele consegue vislumbrar como produzir e conservar, melhorando sua rentabilidade. A recuperação florestal deixa de ser apenas perda de área e ele passa a enxergá-la como um novo negócio, ocupando cada espaço de sua propriedade, principalmente as áreas subutilizadas”, destaca Marcelo.

Assim, é importante que o produtor busque soluções técnicas e financiamento em sinergia com a atividade principal da propriedade e, para tal, é necessário conhecimento das regras e do mercado consumidor regional dos produtos dos projetos de recuperação (madeira, frutos e outros). “O financiamento precisa ter prazos de repagamento adequados e definir com clareza o público-alvo, pois há uma diversidade de condições e motivações”, completa Karim.

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