Foto: CNA - Wenderson Araújo

A Agroicone desenvolve mapas de risco de desmatamento associado à pecuária

Um dos riscos associados com a atividade pecuária é a originação, ou seja, como assegurar que o gado não tenha sido criado em áreas com desmatamento, ou áreas protegidas ou com riscos sociais. Os mapas de risco são instrumentos importantes para essa avaliação, a partir do cruzamento de dados públicos como produção pecuária, desmatamento passado e recente, vegetação nativa remanescente e aspectos socioeconômicos por município, em cada bioma. Com base nesses mapas de risco, as empresas conhecem melhor as características socioeconômicas e ambientais das regiões produtoras e podem definir ações orientadas regionalmente para aprimorar a sustentabilidade da cadeia pecuária.

A Agroicone desenvolve estudos de uso da terra desde 2008, entre eles o Modelo de Uso da Terra para a Agropecuária Brasileira (BLUM – Brazilian Land Use Model). Esse modelo, desenvolvido junto com uma universidade americana, mostrou que o etanol de cana-de-açúcar tinha uma pegada de carbono menor que a do etanol de milho dos Estados Unidos. Desde então, foram desenvolvidas análises para outras cadeias do agronegócio. Entre eles, o estudo “Originação do gado de corte e desmatamento em Mato Grosso” foi o primeiro levantamento sobre a relação entre desmatamento e fornecedores indiretos da pecuária em Mato Grosso.

Até o fim de 2020, a Agroicone trabalha no desenvolvimento de um mapa de risco para a Marfrig, incluindo municípios dos biomas Amazônia, Cerrado, Pampa e Pantanal. Esse estudo avalia risco relativo a fornecedores diretos (que vendem o animal terminado ao frigorífico) e indiretos (produtores que trabalham nas atividades de cria e/ou recria). Com essas informações, a empresa poderá aperfeiçoar a política de compra de gado e tomar medidas de fomento à produção sustentável.

Para desenvolver os mapas de risco, a Agroicone utiliza dados do IBGE sobre produção pecuária nos municípios, do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre pastagens, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre desmatamento, do MapBiomas, para regiões com menos dados oficiais uso da terra e vegetação remanescente.

“Essa metodologia de pesquisa é fundamental para o embasamento técnico de avaliação de riscos para a pecuária. Com os resultados dos mapas de risco é possível identificar onde o desmatamento mostra maior relação com a bovinocultura e quais as regiões onde tem prosperado sem desmatamento. Esse conhecimento permite priorizar os municípios onde é preciso agir para assegurar a produção sustentável do gado”, explica Leila.

Leia também: Originação do gado de corte e desmatamento em Mato Grosso.

 

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