A conservação do solo demanda tecnologia e incentivos financeiros

Hoje celebramos o Dia Nacional da Conservação do Solo. Um dos recursos mais importantes para a atividade agropecuária: serve de suporte para o estabelecimento das culturas, armazena água e nutrientes que são fornecidos para as plantas, é composto por uma diversidade de microrganismos que decompõem a matéria orgânica, entre outras funções. Mesmo tendo tamanha importância, ele é um dos recursos naturais mais degradados do mundo, uma consequência da falta de manejo adequado e de práticas conservacionistas. Por muito tempo, o solo foi usado até seu esgotamento, tornando-o infértil e sendo necessário a expansão em novas áreas, nas quais o mesmo ciclo de degradação ocorria.

Atualmente, com o conhecimento mais aprofundado e a necessidade de uma atividade agropecuária mais intensiva, as práticas de conservação do solo são aplicadas por grande parte dos produtores, principalmente na agricultura. O sistema de plantio direto, rotação de cultura, sistemas de integração, adubação verde, plantio em nível, terraceamento, compostagem e controle de queimadas são alguns exemplos de práticas agronômicas de conservação do solo.

Por outro lado, a pecuária brasileira ainda se mostra como uma atividade que causa degradação do solo. De acordo com o estudo elaborado pelo LAPIG (Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento), aproximadamente 54% da área de pastagem do Brasil apresentava algum grau de degradação em 2018. O percentual equivale a uma área de 99,3 milhões de hectares.

Para promover a recuperação dessas áreas de pastagens, a Agroicone realizou um estudo em parceria com a WWF e o GT Pastagens, que avaliou o potencial para recuperação das pastagens degradadas no bioma Cerrado e elaborou estudos de casos de viabilidade econômica e financeira. O estudo indicou também a importância da política agrícola e de incentivos financeiros, como é o caso do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O Plano ABC conta com programas da política agrícola que financiam a adoção de práticas conservacionistas, como recuperação de pastagem degradada, sistemas integrados e plantio direto.

A escolha do dia 15 de abril como Dia Nacional da Conservação do Solo é uma homenagem ao conservacionista norte-americano Hugh Hammond Bennett (1881 – 1960), considerado o “pai da conservação do solo” nos Estados Unidos e um modelo para todas as outras nações. A data é uma oportunidade para avaliar os desafios atuais da agropecuária para produzir alimentos sem esgotar os recursos naturais, com incentivo ao produtor para adoção de tecnologias e boas práticas.

Saiba mais sobre o Grupo de Trabalho sobre pastagens degradadas no Cerrado.

 

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