Crédito: Fotos Jeferson Prado - Monitoramento de Plantio - SESC Pantanal

ATER Virtual assegura o apoio técnico na restauração com semeadura direta

Para o sucesso da recuperação de vegetação nativa com semeadura direta, o monitoramento de curto prazo, no primeiro ano após o plantio, é decisivo porque possibilita fazer ajustes e aplicar medidas como controle de espécies invasoras e avaliar a necessidade de outras atividades de manejo adaptativo para o sucesso dos plantios.

Pensando em promover a assistência técnica necessária, a Iniciativa Caminhos da Semente idealizou o ATER Virtual (Assistência Técnica e Extensão Rural), um ambiente online para troca de experiências e informações sobre plantios com semeadura direta para apoio para quem implementa o método. “A ideia surgiu principalmente para fins de capacitação dos técnicos locais responsáveis pelos novos plantios apoiados pela Iniciativa, para que eles possam esclarecer dúvidas de cada etapa do método, acompanhando a situação dos plantios realizados”, afirma Iara Basso, pesquisadora da Agroicone e coordenadora das ações de capacitação da Iniciativa.

A assistência aos técnicos locais das áreas apoiadas pela Iniciativa vem sendo realizada desde setembro pela nossa equipe técnica. Já o ambiente coletivo – ATER Virtual – teve início em dezembro a partir de um grupo de WhatsApp para acompanhamento constante, com uma reunião geral por mês para esclarecer as principais dúvidas levantadas e indicações das etapas dos plantios. São analisadas questões desde o diagnóstico da área, atividades de preparo do solo, formas de plantio e manejo, até os principais fatores a serem observados durante período de monitoramento das áreas. A coordenação é feita por técnicos da Iniciativa, com participação de outros especialistas em semeadura direta envolvidos também na construção do Plano de Ação da Iniciativa Caminhos da Semente.

Além disso, foram desenvolvidos até o momento quatro materiais de apoio: ficha de diagnóstico; guia de observações (visita inicial pós-plantio); protocolo padrão de manejo adaptativo para plantios com semeadura direta; protocolo emergencial de manejo adaptativo para plantios com semeadura direta. “Os protocolos visam levantar dados de pós-plantio através dos quais é possível projetar a trajetória de recuperação da vegetação e adotar estratégias de manejo para direcioná-la para posições desejáveis, quando algum empecilho estiver impedindo o processo de ocorrer sozinho”, explica Maxmiller Ferreira, biólogo e técnico da Iniciativa.

No primeiro ano de implementação da Iniciativa, foram realizados 38 plantios diretamente apoiados pela sua equipe técnica e que estão na fase de monitoramento. Dessa forma, a aplicação em campo do protocolo padrão de manejo adaptativo visa identificar os principais fatores de perturbação presentes nas áreas, permitindo assim que os técnicos consigam indicar ações de manejo que garantam o sucesso desses plantios.

Em razão da pandemia do COVID-19 e situação de isolamento social atual, a equipe técnica da Iniciativa não está realizando atividades de campo, incluindo o monitoramento presencial. Por isso, foi desenvolvido também o protocolo emergencial de manejo adaptativo para plantios com semeadura direta. “O nosso objetivo foi torná-lo mais rápido e de fácil aplicação em campo pelos técnicos locais das áreas implementadas, para ser realizado de forma simples e dinâmica por qualquer técnico que tiver acesso às áreas em restauração”, explica Edézio Miranda, técnico da Iniciativa. Os técnicos da Iniciativa estão provendo toda a assistência técnica remota para apoiar a aplicação de ambos os protocolos pelos técnicos locais.

O ATER Virtual é uma forma de reduzir custo e ganhar escala na restauração ecológica, porque possibilita maior participação dos técnicos que atuam em diferentes regiões. “Atualmente, participam do grupo 60 técnicos que atuam com restauração em diversas regiões do Brasil, com um engajamento muito forte dos participantes ao tirar dúvidas e apresentar novos dados de seus plantios, e também com a contribuição dos especialistas que trazem diferentes visões sobre o método da semeadura direta, que é o foco da Iniciativa. Tornou-se um ganho importante aliar assistência técnica presencial e virtual, porque isso nos permitiu continuar nossas atividades, mesmo em uma situação de emergência como essa que vivemos com a COVID-19. O ATER Virtual tornou nosso projeto mais resiliente”, afirma Laura Antoniazzi, sócia da Agroicone que coordena a Iniciativa.

Técnicos que atuam com semeadura direta para restauração podem solicitar o acesso ao ATER Virtual pelo contato caminhosdasemente@agroicone.com.br com assunto: ATER Virtual.

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