Biocombustíveis na matriz energética brasileira

Recentemente, foi aprovada no Brasil a Lei do Combustível do Futuro, que regulamenta e cria programas de incentivo à produção e ao uso de combustíveis sustentáveis.

A nova legislação, por exemplo, altera os percentuais de mistura de etanol na gasolina, que passará a ter um mínimo de 22% do biocombustível, podendo alcançar até 35%. A mistura de biocombustíveis nos fósseis impacta a agroindústria, agropecuária além de contribuir com a descarbonização das atividades produtivas, a redução nas emissões de GEE e a melhoria nas condições ambientais urbanas.

Por meio do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), a lei também incentiva a pesquisa, a produção e a adição de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Em 2027 e 2028, as companhias aéreas deverão diminuir a emissão de GEE em no mínimo 1% ao ano.

O milho de 2ª safra representa 78% da produção nacional do cereal*, e é matéria-prima utilizada para produção de bioetanol. Desde 2003, com motores flex, bioetanol cresceu e evitou 600 milhões de toneladas de CO2.

O etanol emerge como uma alternativa eficaz e econômica para a redução das emissões de GEE globais do setor de transportes. Essa informação é destacada no recente sumário publicado pelo BNDES, em colaboração com o CGEE, MRE, MME e MCTI, e revisões de agências internacionais como FAO, IRENA e IICA.

O documento contou com a participação de Marcelo MoreiraJoaquim SeabraLuiz Augusto Horta Nogueira e Marcelo Cunha como coeditores, sendo que a Agroicone também contribuiu como coautora do capítulo sobre o uso da terra para a produção de etanol, por meio da participação da equipe envolvendo Aglaer CabralDanilo F. Trovo GarofaloLuciane ChiodiMarjorie Mendes Guarenghi e Sofia Arantes.

Em estudo recente publicado na Nature Sustainability, a produção adicional de 5 bilhões de litros de etanol de milho de segunda safra (uma das matérias-primas utilizadas na produção de bioetanol) pode reduzir até 13,2 milhões de toneladas de CO2 e economizar até 160 mil hectares no uso da terra, principalmente área utilizada para a pecuária. Além de poder gerar 600 GWh de energia elétrica e 4 milhões de toneladas de insumos para ração animal.

Para explorar as potencialidades do etanol, conheça os materiais citados:

🔗 Contribution of double-cropped maize ethanol in Brazil to sustainable development (Nature Sustainability)
🔗 Summary for Policy Makers – Bioethanol: Fast track to mobility decarbonization

*Conab

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