Os resultados do estudo realizado pela Agroicone, a pedido da Solidaridad International Finance Corporation e Royal Dutch Shell, demostram que a Certificaçao Bonsucro resulta em benefícios operacionais para usinas de cana de açúcar.
Esses dados foram apresentados pela Agroicone, representada pela pesquisadora sênior Laura Antoniazzi, durante a Bonsucro Week 2014, Conferência Anual, realizada em Manila, nas Filipinas, em 13 de novembro de 2014.
O estudo objetivou a compreensão do business case para o cumprimento da certificação Bonsucro e elucidar para as usinas, bem como à própria Bonsucro os custos e benefícios do uso do Padrão de Produção Bonsucro.
Um comitê composto pelos financiadores de pesquisa que trabalhou juntamente com a equipe de pesquisadores Agroicone, assegurou uma análise independente por parte da consultoria.
A pesquisa mostrou ainda, que o retorno dos investimentos realizados em conformidade com a certificação Bonsucro, retornaram em menos de 12 meses, desde que os custos para alcançar a conformidade legal sejam deixados fora da equação.
Sob este cenário, o Valor Presente Líquido (VPL) da certificação Bonsucro é 0,25-0,30 US $ por tonelada de cana (ou seja 2-2,4 US $ por tonelada de açúcar). O fator custo determinante para o VPL está relacionado ao cumprimento da conformidade legal exigida Princípio 1 da certificação Bonsucro.
A amostra do estudo mostrou diferenças consideráveis nos níveis de custos, que começam em um valor próximo a zero e chegam a US $ 1,4 por tonelada de cana. Os benefícios operacionais superaram os benefícios de marketing e à responsabilidade legal reduzida e prêmios. Os pesquisadores incluíram os custos de insumos relacionados a pesticidas e fertilizantes, bem como o decréscimo da taxa de acidentes de trabalho ao cálculo dos benefícios operacionais. Esses benefícios foram maiores para as usinas tradicionais do que para as modernas.
O VPL positivo e o período de retorno curto significam que a certificação Bonsucro pode ser benéfica, sem elevar significativamente os custos. Segundo Sven Sielhorst, Internacional Gestor do Programa Cana de Açúcar da Solidaridad, “Isso é compatível com a ideia de que a produção sustentável deve ser um qualificador de mercado, em vez de um diferencial de mercado. No entanto, a perspectiva de um prêmio, mesmo que temporário, pode diminuir a barreira para as usinas investirem na certificação Bonsucro. Isto é particularmente relevante para as usinas, que necessitam de maiores investimentos.