Estudo econômico sobre a mudança do uso da terra em regiões produtoras de soja no Matopiba

Em estudo da Solidaridad, a Agroicone ouviu produtores rurais do Cerrado para avaliar sua percepção sobre a expansão da área da soja na região, os gargalos para a expansão sobre áreas abertas ou de vegetação nativa e quais seriam os incentivos que poderiam direcionar essa expansão. 

O trabalho revelou que os incentivos para a expansão da soja no Cerrado devem priorizar o acesso dos produtores às áreas já abertas e criar um ambiente produtivo favorável. Para isso, é essencial desburocratizar processos e facilitar o acesso a crédito de longo prazo com condições diferenciadas para a conversão e aquisição de áreas abertas, adaptando o financiamento às realidades regionais e ao nível de endividamento dos produtores. 

Além disso, é necessário oferecer compensações financeiras mais acessíveis e atrativas para a preservação da vegetação nativa excedente e regulamentar instrumentos como a Cota de Reserva Ambiental (CRA). 

No entanto, não existe um único mecanismo para impulsionar a adoção de práticas sustentáveis na sojicultura, especialmente no Matopiba. Luciane Chiodi, sócia-gerente da Agroicone e uma das autoras do estudo, afirma que a combinação de instrumentos financeiros, como o PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), crédito de carbono e CRA, com instrumentos não financeiros, como assistência técnica e a implementação da braquiária, pode ser a chave para aumentar a produtividade da soja, reduzir a pressão pela expansão das áreas agrícolas e compensar os custos de oportunidade que os produtores enfrentam ao optar por expandir a produção sobre áreas de vegetação nativa.

Investir em pesquisa e desenvolvimento de variedades de soja adaptadas e sistemas produtivos resilientes, especialmente em regiões como o Matopiba, também pode aumentar a produtividade e reduzir a necessidade de abrir novas áreas para a agricultura, ressalta Mariane Romeiro, pesquisadora da Agroicone e autora do estudo.

Por fim, a redução da insegurança jurídica, por meio da implementação efetiva do Código Florestal, garantia do direito de propriedade e simplificação da burocracia para obtenção de licenças, contribuirá para um crescimento sustentável da produção de soja, equilibrando desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

🔗 Confira o estudo na íntegra

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