Livro analisou produção brasileira de alimentos por mais de duas décadas

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e o Grupo de Políticas Públicas (GPP/Esalq) lançaram o livro “Produção de alimentos no Brasil: geografia, cronologia e evolução”, em que são analisados os sistemas agroalimentares brasileiros, com ênfase no período entre 1985 e 2017.

Sistemas agroalimentares compreendem o conjunto de atores, tecnologias, insumos, normas e atividades relacionadas à produção, armazenagem, transporte, transformação, distribuição, preparação e consumo de alimentos.

A soja, especialmente, ganhou papel de destaque nos anos 2000, seguida pelo milho, cana-de-açúcar, feijão e arroz. A participação dessas culturas é de 70% da área plantada do Brasil. O estudo analisa a expansão da produção dessas culturas e, também, das culturas tradicionais e dos hortifrutis, com suas consequências para as cadeias produtivas, abastecimento e segurança alimentar. Foi demontrado que existe uma falsa impressão de redução da variedade de cultivos face à hipertrofia das commodities agrícolas, o que não corresponderia à realidade.

De acordo com a publicação, a área ocupada para produção agrícola passou de 57 milhões de hectares (Mha) em 1988 a 79 Mha em 2017. No mesmo período, o volume da produção aumentou de 382 milhões de toneladas (Mt) em 1988 para 1.089 Mt em 2017. Ou seja, o aumento da produção foi 2 vezes maior do que a expansão das áreas produtivas entre os anos 1988 e 2017, indicando ganhos importantes de produtividade no período.

Na agricultura familiar, ocorreram processos de concentração produtiva simultaneamente aos processos de fragmentação e perda de função produtiva de muitos estabelecimentos agropecuários. ‘Como resultado desse movimento, observaram-se condições opostas que foram denominadas como agricultura sem agricultor, quando houve concentração, e como agricultor sem agricultura, quando houve fragmentação”, explica a sócia e pesquisadora sênior da Agroicone, Laura Antoniazzi, que contribuiu com revisões técnicas ao estudo.

A publicação teve apoio do Instituto Ibirapitanga e do Instituto Clima e Sociedade (iCS), e contou com revisões técnicas de especialistas, incluindo Laura Antoniazzi, pesquisadora sênior e sócia da Agroicone.

Leia o estudo.

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