Modelagem de uso da terra e avaliação de impacto institucional do Programa REM MT

Estudo conduzido pela Agroicone avaliou o impacto das ações do Programa REM MT na preservação ambiental e trouxe resultados expressivos na redução do desmatamento em Mato Grosso. Entre 2021 e 2022, o programa ajudou a preservar cerca de 160 mil hectares de vegetação, o que equivale a uma média de 79,4 mil hectares por ano.

O estudo mediu a eficácia do programa, comparando com um cenário hipotético onde o REM não estaria em operação. O pesquisador do Agroicone Gustavo Dantas Lobo explica que a metodologia utilizada foi o “controle sintético”, que simulou o que teria acontecido em Mato Grosso sem o Programa REM, usando outros estados como referência.

Os resultados sugerem que o REM MT tem contribuído significativamente para a gestão ambiental no estado e para a preservação de seus ativos naturais, indicando a necessidade de monitoramento contínuo para avaliar seu desempenho a longo prazo.

O que é o Programa REM MT?  

É uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. O REM MT beneficia quem contribui para manter a floresta em pé, incluindo agricultores familiares, pequenos e médios produtores que praticam a agropecuária sustentável, povos e comunidades tradicionais e os povos indígenas. O REM MT fomenta iniciativas que estimulam a economia de baixo carbono e a redução do desmatamento. 

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). 

Principais resultados  

Desde 2019, o Programa REM investiu R$ 45 milhões para melhorar a estrutura física e institucional do estado por meio do subprograma de Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes (FIPPE). Esse investimento permitiu melhorias no monitoramento, na fiscalização e na estruturação dos órgãos responsáveis pelo controle do desmatamento, contribuindo para um avanço importante nas ações de combate à degradação ambiental.

Um dos maiores avanços foi a contratação da plataforma Planet, que possibilitou o monitoramento em tempo real, trazendo maior precisão e rapidez na identificação de áreas desmatadas. Isso levou ao aumento das autuações, com quase 30 mil multas aplicadas, totalizando mais de R$ 15 bilhões até 2023.

Além disso, a fiscalização mais intensa resultou na apreensão de R$ 445 milhões em bens usados no desmatamento ilegal, incluindo 670 tratores, 387 caminhões e até aeronaves. Essas ações também ajudaram a desarticular redes criminosas envolvidas na destruição da vegetação nativa.

🔗 Confira o estudo na íntegra.

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