O Grupo de Trabalho sobre pastagens na região do Cerrado brasileiro (GT-Pastagens) realizou, no período entre abril e julho de 2020, uma série de quatro webinars sobre oportunidades para reabilitação de pastagens degradadas desse bioma, considerando conservação e produção agropecuária.
A participação foi crescente a cada webinar, chegando ao último evento com total de 160 pessoas. O público reuniu especialistas de diversos campos do conhecimento e que atuam em universidades, instituições públicas e privadas e terceiro setor, com interesse na recuperação ambiental e produtiva do Cerrado.
A diversidade dos participantes permitiu uma troca de conhecimento e pontos de vista sobre o tema de pastagens degradadas, enriquecendo o debate. “Houve muitas contribuições para o aprofundamento das análises, utilização de diferentes metodologias e bases de dados.”, afirma a pesquisadora da Agroicone, Mariane Romeiro, que apresentou um dos webinars.
Entre dados relevantes que foram apresentados:
– No Cerrado há 5 milhões de hectares com pastagem degradada com potencial para expansão da soja, que corresponde a um aumento de 25% na área de soja no bioma (20,1 milhões de hectares plantados no total).
– Há 5,6 milhões ha de pastagem degradada com potencial intensificação da pecuária de corte e 4,3 milhões de ha para a pecuária leiteira.
– Existem 3,8 milhões ha de pastagem degradada com potencial para floresta plantada com finalidade de abastecer as indústrias de madeira (siderúrgicas, papel, celulose, móveis, lâminas e compensados).
– Ainda, 6,1 milhões de hectares de pastagem degradada com potencial para floresta plantada com finalidade de prover madeira para indústrias do agro, como silos, frigoríficos, laticínios e usinas de etanol de milho.
O GT-Pastagens surgiu por iniciativa da WWF, a fim de construir uma agenda positiva e propositiva para reabilitar pastagens degradadas no Cerrado. A Agroicone é uma das organizações que participa do GT-Pastagens, criado em 2019. “A série de webinars ajudou a ter um panorama sobre a importância do tema pastagem degradada nos dias de hoje. Vimos uma crescente participação ao longo dos webinars e a relevância desse tema ser abordado, por isso queremos continuar o trabalho, aprofundar os estudos e aplica-los em casos reais”, afirma Mariane.