Sistemas Agroflorestais na Mata Atlântica: Aliando Produção e Conservação

Nos últimos anos, a prática dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) na Mata Atlântica brasileira tem conquistado crescente reconhecimento como uma abordagem versátil não apenas para a produção agropecuária, mas também para a restauração ecológica e recuperação de áreas degradadas. 

Originada de práticas milenares de comunidades tradicionais, povos indígenas e agricultores familiares, essa abordagem tem despertado o interesse de diversos setores, destacando-se pelos benefícios ambientais, sociais e econômicos que oferece.

Diversidade de Implementações e Impactos Positivos

O Programa SiAMA, em parceria com Associação de Agricultores Familiares do Fojo (AFOJO)  implementou   11 SAFs biodiversos, totalizando cerca de 1,1 hectare, e realizou o enriquecimento de outras áreas com espécies frutíferas, nativas e adubação verde, destacando-se  como um exemplo prático de sucesso no Rio de Janeiro, uma das áreas de atuação do SiAMA. Os mutirões envolvendo membros da AFOJO, agricultores de municípios vizinhos, moradores locais, estudantes e técnicos da EMATER e da Prefeitura de Guapimirim contribuíram  para a expansão dessas práticas, resultando em novas parcerias para a Associação.

Café: Liderando a Produção Agroflorestal

Dentre as espécies carros-chefe produzidas em sistema agroflorestal pelas famílias do FOJO, destacam-se o cacau e o café, com a associação apresentando histórico notável na produção de café a agroecológico. Essas escolhas estratégicas ressaltam a capacidade dos SAFs não apenas de recuperar ecossistemas, mas também de viabilizar economicamente as propriedades, reforçando a sustentabilidade a longo prazo.

Reunião de planejamento para implantação de sistemas agroflorestais em parceria com o Programa SiAMA com associados da AFOJO, 2021. Arquivo Agroicone.
Mutirão de implantação de um sistema agroflorestal em parceria com o Programa SiAMA  na comunidade do FOJO (Guapimirim - RJ), 2021. Arquivo Agroicone.

À medida que os SAFs ganham destaque na Mata Atlântica, é crucial reconhecer o papel fundamental desempenhado por iniciativas como o Programa SiAMA, e por este motivo a Agroicone marcou presença no 12° Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que aconteceu de 20 a 23 de novembro, onde apresentou a experiência do programa  SiAMA na Comunidade do Fojo.  Quem esteve presente foi Ana Loreta Paiva, pesquisadora e gestora do Programa na Agroicone, Gabriel Carneiro, Paula Cabral e Fabrício Walter, agricultores familiares da comunidade do Fojo e Igor SH, pesquisador da UFRRJ.

Apresentação de trabalho durante 12° CBA. Arquivo Agroicone.

O Congresso tratou da interseção entre a agroecologia como ciência e modo de produção agrícola e da sua importância  como uma solução para os desafios impostos pelas mudanças climáticas na agricultura.

Ao compartilhar as experiências bem-sucedidas do SiAMA com os SAFs na restauração ecológica, estamos contribuindo para a disseminação dessas práticas e destacando sua importância não apenas para a agricultura, mas para a conservação ambiental. Como parte integrante desse movimento, convidamos todos a explorar iniciativas semelhantes, promovendo a adoção de práticas agroecológicas em prol de um futuro sustentável.

Para saber mais: https://siama.eco.br/

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